Qual a razão da existência?

No conte escrito por Paula Vifre, podemos observar o quão importante é o "pensar" da nossa existência, até que ponto nos tornamos banais em nossos costumes cotidianos.

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"Todos os dias ela admirava o amanhecer. Mesmo que seja o mesmo sol nascendo no mesmo horário, ela o admirava.

Todos os dias ela tomava café naquela xícara branca com detalhes pretos, mesmo que seja apenas uma xícara, era a dela.

Todos os dias vestia a mesma camisa branca. Pois sabia, que se usasse outra cor não seria ela. Todos os dias andava na mesma calçada, porque sabia que esse era o seu caminho. Assim era a sua vida, assim era sua existência.

A cada segundo que se passava naquele relógio enorme que tinha na sua sala de estar. Ela sabia que estava mais perto do fim. Mas que fim era esse? Que propósito era esse?

Vivemos cada milímetro de nossas vidas achando que sabemos o motivo por estar nela. Vivemos achando que toda nossa existência se baseia em coisas que nem sentido tem. Talvez tenha.

Cada encher de pulmões para respirar é um simples motivo para acreditar. Se preencher de motivos que no fundo são tão vazios quanto a nossa própria vida?

Cada momento que poderia ser relembrado como uma lição, é simplesmente lembrança? Sim.

Essa é a nossa existência? Viver cada instante como se fôssemos morrer amanhã? Fumar um cigarro enquanto ouve Lana Del Rey no último volume de um carro é uma existência? Cada bebida ingerida numa noite vazia e sem sentido é outra existência? Sim.

O ser humano está se preenchendo de coisas banais. Não! Não são tão banais assim. Se fossem, talvez não seriam usadas. Elas são apenas vazias, um desejo profundo momentâneo. Sim, são apenas vontades passageiras que podem sumir como a fumaça de um cigarro, ou até mesmo de uma erva. Sim, essa é a nossa existência.

Uma teoria relativa há um tudo? Ou apenas há um nada? Sim. Está meio confuso, mas toda existência é confusa. Se não, nem seria discutida com uma boa xícara de café."